EM 1928 COM A PUBLICAÇÃO DE A BAGACEIRA, DÁSE INICIO A UM NOVO CICLO DO MODERNISMO BRASILEIRO.
O CHAMADO REGIONALISMO DE 30 OU ROMANCE NORDESTINO FOI UM MOVIMENTO FICCIONISTA BASEADO NO
AMBIENTE SÓCIO-GEOGRÁFICO DO NORDESTE.
A REGIÃO DO NORDESTE PRESTAVA-SE À MARAVILHA PARA A VALORIZAÇÃO DAS TRADIÇÕES CULTURAIS, DAÍ A
FORÇA COM QUE
O MOVIMENTO REGIONALISTA SE DIFUNDIU POR TODA A REGIÃO DA BAHIA AO CEARÁ E MAIS
A REGIÃO NORTE. (Coutinho, 1986)

OS ROMANCISTAS DA DÉCADA OFERECEM UMA VISÃO ALTERNATIVA DO BRASIL, BUSCANDO MAIOR INSERÇÃO
DA LITERATURA NOS PROBLEMAS ATUAIS, JÁ QUE NESTE PERÍODO NÃO SÓ O BRASIL MAIS O MUNDO PASSA
POR UM IMPORTANTE MOMENTO POLÍTICO. DESSA FORMA OS ESCRITORES USAM A FICÇÃO, A DESCRIÇÃO E O
ROMANCE COMO FORMA DE DENUNCIAR AS DESIGUALDADES E INJUSTIÇAS SOCIAIS.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

O País do Carnaval, de Jorge Amado


Publicado em 1931 é o primeiro romance de Jorge Amado, escrito quando ele tinha apenas 19 anos. O País do Carnaval surpreendeu a crítica: um livro crítico e contestador sobre a ética – ou falta dela – dos intelectuais da época diante da situação social e política do Brasil às vésperas da revolução de 30, liderada por Getúlio Vargas. Expressa o clima intelectual da época, marcado pela idéia de crise e incerteza. Jorge Amado surpreendeu a crítica e o público com sua aguçada crítica política.

O País do Carnaval conta a história de Paulo Rigger, intelectual educado em Paris. Ele desembarca na Bahia com a francesinha Julie, sua amante, que acaba o traindo com Honório, um hercúleo trabalhador negro do campo. Desiludido, Rigger demite Honório e abandona sua amante num hotel de Salvador, seguindo de navio de volta à Europa e deixando para trás o Brasil em pleno Carnaval.

O romance tem descrições de menos, diálogos inacabados, personagens que se perdem, discussões sobre o sentido da vida e a felicidade que não chegam a lugar nenhum. Jorge Amado fala, nesse livro, de uma juventude plena de inquietude, numa ansiosa e mesmo angustiada busca de verdades e caminhos. Trata-se, em suma, de um retrato geracional — tecido a partir das rondas de Paulo Rigger que regressa à Bahia acompanhado de uma prostituta de luxo francesa. Volta a conviver com seus velhos amigos, hoje jornalistas e juristas. Descobre que as vidas deles é tão inútil quanto a sua e que não ama o país em que vive.

No final, insatisfeito e desencantado, marcado por uma renúncia preconceituosa à chegada do amor, Rigger embarca, no porto do Rio de Janeiro, com destino à Europa. Toma o navio rumo a Paris, rogando pragas ao "país do Carnaval". Leva com ele as suas dores, deixando atrás de si uma cidade alucinada pelos ritmos e brilhos do carnaval.

Na introdução, Amado confessa que gostaria de ter intitulado o livro "Os homens que eram infelizes sem saber por quê".

Personagens

Paulo Rigger: filho de rico cacauicultor recém falecido, de volta de Paris.

Julie: a francesa, amante de Paulo que desembarca com ele no Rio.

Pedro Ticiano: ateu, homem cético, o terror dos letrados.

Ricardo Reis: piauiense, tentando a vida na Bahia. Poeta, funcionário público, estudante de direito.

A. Gomes: jornalista, diretor de uma revista, sonha ficar rico.

Jerônimo Soares: o mais apagado dos amigos. Mulato, ingênuo, sem vaidades.

José Lopes: o mais estranho de todos. Batia de frente com Ticiano.

Maria de Lourdes: jovem pobre, por quem Paulo Rigger se apaixonaria.

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